Por conta da celebração do Dia Internacional da Mulher, março é sempre um mês em que as equipes, e a população também, pedem por atividades específicas nesta temática.
Este ano, elaborei uma RODA DE CONVERSA, com o tema "Mulher, maternidade e trabalho".
Para incrementar a divulgação das atividades fora da rotina das USF, tenho optado por confeccionar pequenos convites, como esse da foto abaixo. A ideia é deixá-los disponíveis nos consultórios, na recepção e, principalmente, com os 💓 Agentes Comunitários de Saúde 💓, para que distribuam no território. Faço bem pequeno mesmo, para economizar papel!
Era um desejo antigo trabalhar este tema. No ano anterior, não consegui abordar a questão por falta de tempo mesmo, mas o guardei comigo. Porque o tema me é sempre trazido pelas mulheres que conheço, com as quais trabalho e, especialmente, das quais eu cuido.
Inicialmente,
a conversa versaria em torno do trabalho fora de casa, remunerado e as questões que a maternidade convoca nesse cenário. Entretanto, pensei no quanto isso excluiria grande parcela da população atendida na
Atenção Básica, que não se encontra no mercado de trabalho ou trabalha
de modo muito precário.
Para que cada mulher que comparecesse se sentisse incluída, não delimitei o conceito de "trabalho", deixando espaço para acolher também as manifestações quanto aos afazeres domésticos. Cotidianamente, estes permanecem invisíveis, não remunerados e, comumente, por conta apenas das mulheres.
Como disparador, escolhi a cantiga "Nana neném"👶 .
Essa cantiga circula com variações de letra, como "papai foi pra roça, mamãe foi passear" ou "papai foi pra roça, mamãe foi trabalhar".
E esse verso foi o que me chamou atenção. O que a "mamãe" faz quando o neném dorme e outras pessoas da família saem para outros afazeres, como trabalhar? Esse foi o disparador da Roda de Conversa... E foi ótimo diálogo!
A faixa de idade das mulheres presentes ficou entre 20-30 anos. A maioria declarou não ter trabalho formal / remunerado, como eu já imaginava. Então a discussão se concentrou nos afazeres domésticos e elas relataram cotidianos em que estes são compartilhados com companheiros ou filhos.
Também surgiram relatos comparando gerações da família, aludindo a outros tempos, quando as mulheres tinham poucas escolhas quanto a isso. E falamos também como conviver entre essas gerações, que pensam e agem diferente diante da imposição do serviço doméstico apenas às mulheres.
Eu havia escolhido um vídeo educativo, caso a conversa ficasse focada no trabalho doméstico. Ele se chama Campanha pela Justa Divisão do Trabalho Doméstico, AS-PTA - Agricultura Familiar e Agroecologia. É curtinho, em formato de desenho, bem narrado, com linguagem acessível e, apesar de ilustrar o cotidiano do campo, serviu bem para o propósito da discussão. Segue o link aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=ov0Ar44SuzA
Coloquei o vídeo apenas ao final, para encerrar a Roda de Conversa.
Finalizando...
Todo ano se repetem matérias que buscam explicar a origem desta data, 08 de março. Sempre acho que a leitura vale a pena. Então seguem sugestões:
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-43324887
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/07/internacional/1551990388_320690.html
Tem também esse vídeo bem bacana, da Universidade Federal de Santa Catarina:
https://www.youtube.com/watch?v=SwXn8Wu7_eQ
Blog sobre Educação Permanente em Saúde (EPS), com descrição de suas ferramentas e suas experiências de uso
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