A experiência da pandemia de COVID-19 foi paralisante para muitos. E
também para mim. Além da intensidade e quantidade de novas informações e experiências, também
faltou o tempo. Não apenas o tempo cronológico, aquele que se conta no relógio.
Faltou o tempo de parada, a suspensão do tempo corrido, do prazo, da pressa.
Da presa.
Somos reféns desse tempo tão veloz?
Quando pensava no blog, no conteúdo que vinha desenvolvendo aqui,
parecia que nada se encaixava mais aqui. Aliás, nada se encaixava mais no
mundo.
Daí...
Então volto a alimentar esse espaço, mas de modo um tanto diferente, pandêmico e transgredindo o tempo, o máximo que eu conseguir. Porque assim como ele tem exigido de mim, também exigirei dele. Vou dobrar, retorcer, repassar, trapacear e transpassar o tempo.
Daí...
Pensei
em inaugurar um novo blog. Para falar da vivência da
pandemia. Criar algo totalmente novo. Como se isso existisse!
O ímpeto de criação que vem como fúria, em resposta imediata à pandemia, às perdas, aos percalços e perrengues que tenho passado.
Devemos propagar ideias tão rapidamente quanto o vírus se alastra! - dizem por aí.
Mas e o tempo? E a suspensão de tempo? E o pensar? E o assentar de cada impressão, sentimento e ideia?
O ímpeto de criação que vem como fúria, em resposta imediata à pandemia, às perdas, aos percalços e perrengues que tenho passado.
Devemos propagar ideias tão rapidamente quanto o vírus se alastra! - dizem por aí.
Mas e o tempo? E a suspensão de tempo? E o pensar? E o assentar de cada impressão, sentimento e ideia?
Até que tive um insight, como gostamos de dizer, (no dia meu aniversário!), de que a
experiência da pandemia também caberia aqui. Também caberia na Caleidoscópio:
Caixa de Ativação.
Então volto a alimentar esse espaço, mas de modo um tanto diferente, pandêmico e transgredindo o tempo, o máximo que eu conseguir. Porque assim como ele tem exigido de mim, também exigirei dele. Vou dobrar, retorcer, repassar, trapacear e transpassar o tempo.
A obra A persistência da memória (1931), de Salvador Dali, precisa ser incorporada aqui, neste momento. Porque as noções de temporalidade e memória estão sendo subvertidas nessa nova realidade.
Pretendo resgatar memórias lá de março de 2020. Porque tenho guardado tanta coisa. E vivido tanto, espremido em tão pouco tempo.
Pretendo resgatar memórias lá de março de 2020. Porque tenho guardado tanta coisa. E vivido tanto, espremido em tão pouco tempo.
Decidi apostar em narrativas, em formato livre, para
expressar e compartilhar o que vem me atravessando e o que estou atravessando
neste período. Qualquer mote que me atraia vai render uma narrativa.
E essas narrativas acontecimentais vão se incorporar na
Caixa de Ativação, do mesmo modo que se incorporaram em mim. Elas serão inspiradas no meu cotidiano pessoal e de trabalho, nos encontros e desencontros proporcionados ou roubados por estes tempos.
Um modo de contaminar e se deixar contaminar! Que bom ver a versão pandêmica
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