Girando o caleidoscópio... chacoalhando a Caixa de Ativação.
Estava eu já desalentada pela falta de oportunidades e brechas para ações de EPS!
Mais uma vez, a pandemia... Por conta dela, atividades em grupo ficaram suspensas.
Os espaços em que costumava propor a EPS, como reuniões de
equipe ou grupos de educação em saúde, foram interrompidos.
Suspensão...
Enquanto isso...
Como o espaço traz no nome a palavra “experiência” e os encontros sempre se deram com a circulação de múltiplos afetos, a ideia que começou a ser gestada foi o resgate da proposta original e seus diferenciais.
Mas como promover tudo isso em um encontro que há meses vem ocorrendo de modo virtual? Com um grupo que não teve convivência, em presença, o suficiente para se conhecer, que dirá construir vínculos...
A ideia foi ganhando contorno em momentos de trocas de ideias com outra psicóloga, tutora da Residência, e uma grande parceira 💖.
A parte que me coube foi a reflexão do tema da experiência e é este processo que será relatado.
De onde eu parti... De um monte de interrogações!
Como fazer falar?
Como fazer falar da experiência?
Como compartilhar uma experiência de modo a tocar o outro em uma reunião virtual?
Aprendi que reuniões virtuais com
muitos atores podem levar a muitas ilhas de silêncio... (!)
Esta atividade seria desenvolvida em um encontros "menor", contando apenas com tutores e preceptores. Enquanto grupo de trabalhadores, muitos já se conheciam e, mesmo que não, todos têm um “lugar em comum” que é o trabalho na Atenção Básica, na Saúde da Família, especificamente. Matéria-prima não falta, concluí.
Pensei em “cenas”. Pedir relatos de cenas reais, vividas no cotidiano de trabalho, que eles tivessem vontade compartilhar com o grupo.
À certa altura, comecei a pensar que a atividade poderia desembocar num momento um tanto burocrático e mais parecer uma “lição de casa”. Além do quê, nem todos se sentem confortáveis em trabalhar com a escrita ou em pensar numa narrativa.
E, na ideia seguinte, pensei em fotos, que também é um tipo a captura de uma cena.
A partir dessa ideia, decidi cuidar da preparação do encontro, marcado para uma sexta-feira à tarde, por meio de um convite.
Considerando que estaríamos numa sexta-feira à tarde, com cerca de 20 trabalhadores da linha de frente de saúde, me preocupava que a atividade transcorresse do modo mais leve possível.
A atividade consistiu em convidar os presentes a relatar a cena ou expor a foto escolhida. A maioria escolheu compartilhar foto, seguida de relato da cena.
As cenas foram muito ricas, detalhadas, vívidas e abordaram temas muito diversos, como histórias vividas com usuários acompanhados, relações com os residentes, possibilidade de formação em serviço, território, grupalidade e muitos outros.
Esse exercício de exposição de fotos e relatos formaria a base da discussão de um sentido possível para a palavra “experiência”. Os referencias teóricos que selecionei foram os artigos Notas sobre a experiência e o saber da experiência, de Jorge Larrosa Bondía [1] e Educação e trabalho em saúde: a importância do saber da experiência, da EPS em Movimento [2].
Em seguida aos relatos, fiz uma breve exposição de três trechos do artigo de Bondía, apenas para complementar aquilo que tínhamos acabado de vivenciar.
Essa experiência tem a sua cara!
ResponderExcluirSaber dos processos e percursos, muitas vezes sinuosos anuncia a complexidade da EPS nos tempos atuais... Um viva a sua parceira!
Uma experiência positiva de vídeo conferência!����
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