Escrever 400 palavras ao dia. [1]
Penso não apenas no quê escrever, mas também no que fazer do
que escrevi...
A cientista social e antropóloga Rosana
Pinheiro-Machado elaborou e disponibilizou em seu canal no YouTube [2] uma série
de vídeos denominada Curso de Escrita Acadêmica, ao longo do segundo semestre de 2020. Após assistir à série, achei ser interessante desenvolver posts para divulgação de cada vídeo, por conta da qualidade do material.
A live de abertura, intitulada Escrever Sem Sofrer, contou com a convidada profa. Débora Diniz, antropóloga, professora, ensaísta e documentarista. Além do tema prévio, a live também abriu espaço para contemplar perguntas do público.
A seguir, deixo alguns trechos interessantes para que você possa explorar o conteúdo do vídeo. Mantive uma ordem cronológica dos trechos, mas sem a pretensão de desenvolver uma narrativa sobre o vídeo.
Débora Diniz descrita como "antropóloga do miúdo"... 💝
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Profa. Rosana:
Todo mundo pode escrever.
Escrever é uma prática para todos.
É um processo de criação, que pode ser individual ou coletivo.
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Profa. Débora:
Sobre a escrita acadêmica legítima, legítimo é o que é legitimado pelo poder vigente à época. No ambiente acadêmico, há regras de dominação e hegemonia num espaço que deveria ser de criação e subversão.
Táticas de escrita...
Não comecem com metas gigantescas, pensem em metas pequenas; (estudos e não singularidades);
Mantenha diário sobre os deveres de cuidado (assumidos na pandemia) e seus momentos de prazer;
Disciplina do corpo, observe seu biorritmo (começar por onde e quando se é mais potente);
Não crie um processo solitário (coletivize sua escrita para buscar legitimação, sem ser na academia);
Não acredite em genialidade (?)...
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Profa. Rosana:
Cita exemplo de José Saramago quanto ao ritmo de escrita. Localizei esses trechos de entrevistas: clique aqui
Romper com a ideia de "não consigo escrever".
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Profa. Débora:
Esqueçam originalidade / ineditismo.
Dilema da escrita em primeira ou terceira pessoa - um falso dilema, mas pode ser regra de sobrevivência.
Escolha do tema de pesquisa - olhar para onde mais se gosta, o que mais toca você.
Não há fronteiras entre saberes.
Estilo próprio de escrita é difícil na academia.
Controle de ansiedade - estratégia de engajar-se em grupos que aliviam por meio da conversa, diálogo, que suscitam questionamentos.
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Profa. Rosana:
O mito do corpo sofredor na escrita e da mente separada do corpo.
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Profa Débora:
Recorrer à leitura de ficção para destravar a escrita.
Relações com orientador; "ele não é seu dono".
Livros escritos por ela: Carta de uma orientadora: o primeiro projeto de pesquisa e Plágio: palavras escondidas.
[1] Twitter de Rosana Pinheiro-Machado
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